PEQUENA
MISS SUNSHINE (Jonathan Dayton / Valerie Faris).
O
filme conta a história de uma família de classe média
norte-americana, desestruturada e em crise. Richard é o pai dessa
família. Ele se considera um guru de auto-ajuda. Escreveu um livro
com nove passos para quem deseja alcançar o tão sonhado “sucesso
americano”, embora ele mesmo seja um “perdedor” para os moldes
de seu país. Ele sonha em conseguir publicar o livro, ficar famoso e
ser convidado para palestras e seminários importantes. Mas nem mesmo
sua própria mulher acredita muito em seu talento. Seu pai é um
velho desagradável e viciado em heroína, que foi expulso do asilo.
Ele tem a mania de fazer comentários indecentes e inconvenientes nas
horas mais impróprias. Seu cunhado é um professor universitário de
filosofia, deprimido e gay, que acaba de tentar o suicídio após ser
abandonado pelo amante. Seu filho mais velho é obcecado pela obra de
Nietszche e sonha em ser piloto de avião. Ele fez um voto de
silêncio até conseguir realizar o sonho. Sua filha é uma
pré-adolescente gordinha, de óculos e desengonçada, que é
obcecada por concursos de beleza infantis. Quando a menina consegue
ser classificada para disputar o concurso “Pequena Miss Sunshine”,
na Califórnia, a família se vê na obrigação de viajarem todos
juntos para acompanhá-la. A bordo de uma velha Kombi amarela, eles
fazem uma viagem de três conturbados dias, cheios de surpresas e
incidentes que irão, finalmente, unir a todos. O filme é uma
bem-humorada crítica ao “american way of life”, à
competitividade, à obsessão pelo sucesso e ao repúdio aos “losers”
que caracteriza os costumes americanos, onde nem as crianças são
poupadas. Desperta, assim, uma boa reflexão sobre como esses
elementos têm influenciado a estrutura familiar e sobre a
necessidade de aprender a conviver com o diferente.
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