A ONDA (Alex Grasshoff).
Filme de 1981 que conta uma história baseada em uma experiência real feita numa
escola de ensino médio em Palo Alto, Califórnia/EUA, em abril de 1967. O filme
tem início com o professor de História Burt Ross explicando aos seus alunos a
atmosfera da Alemanha em 1930, a ascensão e o genocídio praticado pelos
nazistas. Questionado sobre como o povo alemão permitiu que tal absurdo
acontecesse, o professor inicia uma arriscada experiência pedagógica que consiste
em reproduzir na sala de aula alguns clichês do nazismo: usariam o slogan
“Poder, Disciplina e Superioridade”, bem como um símbolo gráfico para
representar “A Onda”. O professor Ross se declara o líder do movimento “A
Onda”, exorta a disciplina e faz valer o poder superior do grupo sobre os
indivíduos. A individualidade, característica da democracia, é considerada como
uma desvantagem, valorizando-se, assim, a comunidade acima de qualquer coisa ou
pessoa. Os estudantes o obedecem cegamente e a escola inteira é envolvida no
fanatismo desse movimento, até que um casal de alunos mais consciente alerta ao
professor que a experiência perdeu o controle e passou a afetar a realidade
cotidiana da escola. Trata-se de um excelente filme sobre o irracionalismo de certos
grupos e o poder doutrinário de movimentos ideológicos, políticos ou
religiosos. O uso de slogans, palavras de ordem e a adoração a um suposto
“grande líder” se repetem na história da humanidade, arregimentando jovens
desavisados para lutas ideológicas, fundamentalistas e terroristas, e mostrando
que o fascismo ainda não desapareceu de nosso mundo. Aos educadores, é
imprescindível trabalhar junto com os alunos, desde cedo, a ética da
tolerância, do respeito à diversidade cultural e da valorização das diferenças.
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